05 janeiro 2011

Cuba começa maior despedimento em massa de sempre

São 1,3 milhões de trabalhadores que o Estado cubano pretende dispensar nos próximos três anos. "Reordenamento laboral" e trabalhadores "disponíveis" são as palavras utilizadas pelo regime de Raúl Castro para descrever um processo que, nas palavras de um economista cubano, é "digno de um ajuste do Fundo Monetário Internacional".

O El País destaca o arranque do processo de despedimento, que deverá abranger 500 mil pessoas este ano. O Estado vai pagar um mês de salário (os cubanos ganham 14 euros em média) por cada dez anos de serviço e uma ajuda extra em alguns casos.

O regime de Raul Castro promete estimular os sectores privado e cooperativo, para receber os 146 mil funcionários que sairão em definitivo do sector estatal. Cerca de 351 mil deverão passar "a outras formas de trabalho independente". O sindicato único em Cuba participa nos grupos de peritos que escolhem as pessoas a despedir, que não têm qualquer possibilidade de recorrerem. Os despedimentos afectam todo o sector estatal e até empresas que, de alguma forma, tenham o dedo do Estado cubano.

O objectivo de Raul Castro é evitar o afundamento económico e financeiro de Cuba e garante que não voltará às políticas paternalistas do passado.